Reflexão Módulo IV


ESCRITA

O quarto módulo iniciou-se com a visualização de uma entrevista de Mário Crespo a António Lobo Antunes onde o autor fala sobre o seu processo de escrita. Esta permitiu-nos reflectir sobre as etapas da escrita e perceber que escrever não é fácil, é um processo duro e que requer trabalho e muita persistência… De facto nem sempre transmitimos essa ideia aos alunos, não lhes contamos as nossas experiências, na realidade esquecemo-nos delas com demasiada frequência, é verdade… com certeza todos nós professores, já experienciámos o processo de escrita e reescrita, descrito por Lobo Antunes. É muito importante partilhá-lo com os nossos alunos, para que eles desmistifiquem o acto de escrever e percebam que um texto nunca está concluído com o primeiro esboço. Todo este processo materializa-se na sala de aula em oficinas de escrita que poderão dedicar-se a cada das três etapas da escrita.
“O problema não é escrever é corrigir”, eis uma frase com que nos brindou o escritor, de facto quer se trate da auto hetero ou co-correcção , esta é sempre uma tarefa difícil, ainda mais se for feita pelos outros que muitas vezes não têm em conta aquilo que o escritor quer transmitir. Quando corrigimos temos de ter o cuidado de assegurar que aquele que escreve continue a querer contar, que não perca a vontade enredado no cumprimento de normas e na obediência a regras.
As orientações do GIP para o trabalho de correcção são importantíssimas, não foram total novidade para mim, uma vez que terminei o curso em noventa e dois, altura em que saíram os programas, e já conhecia algumas das metodologias expostas, nomeadamente escrita colectiva e correcção em pares ou colectiva, que ainda utilizo, mas não com a frequência que devia. Revi-me completamente nas práticas de correcção do professor e nos motivos pelos quais os professores dedicam pouco tempo à escrita na sala de aula e percebi que tenho-me debruçado só no produto e não no processo, pelo que me vou esforçar por melhorar as minhas práticas.
Penso que não será difícil, pois há muitas sugestões que já utilizo, como partir de situações vividas, ou efemérides para desencadear a produção de textos, realização da planificação do texto individual, ou a pares, escrita a pares, hetero- correcção, leitura dos textos à turma e divulgação dos textos através do jornal de parede e da escola. Devo é fazê-las com mais frequência, acompanhar mais o trabalho dos alunos, utilizá-las para diagnosticar as dificuldades de cada aluno e trabalhar sobre as mesmas. O que me assusta é o tempo, da experiência pontual que tenho, trabalhar desta forma com alunos do segundo ciclo é moroso, mas penso que se fizer estas actividades com mais frequência, muitas tarefas passarão a ser interiorizadas, e tornar-se –á um processo mais rápido, será?
Para o sucesso desta metodologia, o professor tem de planificar para o aluno e não para a turma, cada ser tem as suas especificidades e tem sido muito mais cómodo trabalhar para o colectivo, contudo o Novo Programa obriga a mudanças de práticas que passam desde logo pela mudança do papel do professor, que aparece como um mediador , modelo e ele próprio redactor.

SEQUÊNCIAS DIDÁTICAS

Em seguida passámos à clarificação dos conceitos sobre Sequências Didácticas uma vez que houve alteração de alguns conceitos resultante da reflexão dos autores do programa. Tentou-se, com esta melhoria, tornar as sequências didácticas viáveis, tornando-as num documento, por excelência, que permite a planificação e a operacionalização do programa.
Percebemos que uma sequência didáctica não é uma unidade didáctica. As sequências entrelaçam-se, completam-se, desenvolvem-se. Pretende-se desenvolver competências, ancoradas nos descritores de desempenho e a partir dos vários diagnósticos sobre os conhecimentos prévios já adquiridos (ou não) pelos alunos. Tendo por base tudo isto, é necessário definir uma competência foco, a qual todas as outras servem e que devem estar em equílibrio. As actividades de ensino processam-se por etapas, que deverão conduzir o aluno a aprendizagens significativas e que desenvolvam competências. Não mais se poderá planificar atendendo aos conteúdos, uma vez que, com as novas orientações, eles são meros activadores de competências, o trabalho deve centrar-se nos descritores que nos possibilitarão avaliar a qualidade do desempenho dos alunos. A avaliação deverá ser processual sendo igualmente revestida de carácter formativo e sumativo, assente nos descritores que explicitam o desempenho dos alunos.
Posteriormente passámos à análise da sequência “ Alerta Amarelo” incidindo sobre os aspectos menos conseguidos, o que foi muito importante pois permitiu-nos, pela primeira vez, o contacto com uma sequência didáctica concluída, o que nos ajudou para a proposta do trabalho seguinte: reformulação da sequência didáctica realizada no último módulo.
Devo dizer que os novos conceitos de Sequências Didácticas simplificaram a reescrita da última sequência e que esta actividade nos permitiu colocar em prática os pressupostos teóricos e perceber as diferentes etapas de elaboração de uma sequência. Por último procedeu-se à apresentação dos trabalhos e partilha de opiniões o que foi muito enriquecedor.


São Roque do Pico, 18 de Junho de 2010






e-portefólio

Este espaço pretende ser um local de partilha de reflexões, materiais e novas experiências no âmbito da formação "Implementação do Novo Programa de Português para o Ensino Básico".


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